terça-feira, 3 de maio de 2011

RETROSPECTIVA!!!


Tô há muito tempo sem escrever. A cabeça tava cheia. As ideias estavam confusas. A vida tava confusa.
Foi uma fase complicada e por conta disso minha criatividade virou um ser rastejante...
A fase acabou há um mês e só agora senti que uma pontinha da minha criatividade decidiu aparecer, por isso...
Pra atualizar a todos, um resumo da ópera:
A vida costuma surpreender a gente de vez em quando (no meu caso de vez em sempre), e nem sempre são surpresas boas... Há seis meses, durante o banho do meu pequeno, percebi que um dos testículos dele estava maior que o outro. Eu, como marinheira de primeira viagem, fiquei logo desesperada. Levamos ao médico, descobrimos que minha preocupação tinha fundamento, era um tumor que deveria ser retirado de imediato. Depois da retirada a biópsia e a (triste) confirmação de que era um câncer. Aiiiii meu coração aperta só de pensar!!!
Como eu disse um período complicado, regado a lágrimas e questionamentos...
Por sugestão de um primo pediatra, resolvemos que faríamos o tratamento do bebê em Recife que é, de longe, muito mais avançada no setor médico (e todos os outros) que Campina. Foi a melhor coisa que fizemos. O tratamento dele foi realizado no IMIP, que durante o período de 4 meses, se tornou nosso lar.
Quem é mãe sabe o quanto é frustrante ver seu filho numa situação dessas e não poder fazer nada. Você se sente inútil, a pior das criaturas e- pode até parecer clichê- se questiona por que aquilo não tá acontecendo com você. Nessa hora, apesar da família e amigos serem fundamentais, você só se sente realmente segura quando está falando com pessoas que passam/passaram pelo mesmo problema que o seu. No IMIP eu me sentia normal e não a coitadinha mãe do bebê com câncer, lá ninguém tinha pena da gente, éramos iguais aos demais e isso é bem importante.
Nenhuma novela de Manoel Carlos vai conseguir definir o é que o setor de oncologia pediátrica de um hospital... Nesses locais, os sentimentos são muito conflitantes. Ao mesmo tempo em que você fica triste por causa da história de cada criança, você consegue se alegrar ao ver a evolução dela. Lá dentro você conhece todos os tipos de mães: as sensíveis demais, as insensíveis, as donas da razão, as sem razão nenhuma, as responsáveis, as irresponsáveis, enfim...
No hospital eu conheci pessoas que eu vou levar pra sempre dentro do meu coração, pessoas que me acolheram sem nem saber qual a minha história, pessoas boas passando por momentos difíceis e ainda sim com bom humor e disposição de sobra pra ajudar uma mãe que ainda se atrapalha em ser mãe!
TO BE CONTINUED...